SONETO I
PODE AÇOITAR-ME O TEU CRUEL DESPEITO,
ACORRENTAR-ME TEUS FATAIS DESMANDOS,
MEU CORAÇÃO A ELES TÃO AFEITO,
SABE FURTAR-SE AOS SEUS PUNHAIS NEFANDOS.
TU PODES VER QUE A ELES ME SUJEITO,
SEM REVIDAR SEQUER UM DOS TEUS MANDOS.
A ALMA FEBRIL QUE TRAGO NO MEU PEITO,
É LIVRE E ALÇA VOO AOS VENTOS BRANDOS.
TU SÓ TERÁS ASSIM MEU CORPO EXANGUE:
TRINUNFARÁS POR SOBRE A CARNE E O SANGUE,
SEM CONSEGUIR, PORÉM, TUDO O QUE ALMEJAS...
QUE AOS GOLPES TEUS, DE MIM VAI-SE ELEVANDO
O ESPÍRITO, QUE OS ASTROS ALCANÇANDO,
SORRI DE TI, ENQUANTO AO CHÃO RASTEJAS!