RÉU ETERNO...

Vejo nesse misto de loucura, entre a covardia e a aventura,

De agarrar o teu corpo e a vontade de depois dizer adeus,

Tantas cores juntas e uma dor cinza que me cobre tão impura,

Minha mente não segura essas luzes e depois um breu.

Ninguém entenderá estas palavras que da minha boca lavra,

Em sussurros que aos gritos então superam antes do adormecer,

Para depois te ver nos sonhos refazendo, não suponho, minhas taras,

Sentindo-me que acabo no pecado da maçã até o apodrecer.

E nessa linha de mistério vou aos céus, terminando num inferno,

Sem saber se me enterro nessa tese sem saber o que quero,

Receando uma tristeza que já me é certo o arrependimento.

Na alma outro conceito do que seja dissabor de réu eterno,

Rachado o peito qual a terra que não sabe o que é inverno,

Enquanto escondo o choro da perda dos meus sentimentos.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 27/11/2013
Reeditado em 30/11/2013
Código do texto: T4589669
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