Amor de Tempos

Cara amiga de longe folgar,

Requeiro-te - não persisto- apenas

Sacro amor ou algum a profanar...

Seja falado ou escrito a árduas penas!

Doce amiga – forma singular!

Lascivo caráter, hoje amena

Ao belo da vida, força no ar...

É o amor de tempos que blefa e pena!

Velhos sim! Mas um sincero par;

Se assim acordar a alma serena,

Que mesmo em idade vive a amar!

Rogo-te amor, uma cantilena

Branda - a cantar!- a te namorar...

Ganhando a antiga, eterna pequena!

Carmo de Oliveira