+Florbela+

Em rubros lábios, a sua tez tão branca

Nas pálidas vestes, qual flor mais bela

Manchas de sangue, sem uma sequela

No mais lindo riso esconde a carranca

Os lindos versos que da língua arranca

Como tantos gestos quais à mão atrela

Em tantas nuances, às chamas de velas

Minh'alma prende, é prisão sem tranca

E esta, que já cativa, de toda sua graça

Presa gentil, vassala, da teia que traça

Azulegas veias, verve que não estanca

Era arauto do desdém, de toda pirraça

Mensageira da glória, até, da desgraça

A quem ama e odeia, afaga e "Espanca"

Valdívio Correia Junior, 25/11/2013