Saudades
Na fina flor que me arrimei com pranto,
Despontou um tanto de solidão e dor;
Que vaga legou-me teu tênue encanto...
Rumei, portanto, sem aquele amor!
Furtou-me do dia a alvorada de antes,
A enfezada noite hoje mal dormida.
-Busco-te, querida, em outros semblantes!
Por saudade tal que deplora tua ida...
Medo me perpassa a antiga bravura,
Murcha – é certo! – mas dada com ternura!
Da bela flor que em minha casa hoje habita...
Com um só desejo me traz a cura,
De um só segredo que débil murmura...
-Onde andarás esta moça bonita?!
Carmo de Oliveira