Nossos mares do desterro
A dor que é imprecisa, ela apavora,
e nos afoga em mares de desterro,
no ser desesperado há tanto erro,
na solidão sem fim que enfim aflora.
Eu e tu já nem sequer mais nos falamos,
nem nos reconhecemos como humanos,
nós que estivemos juntos muitos anos,
a solidão e a dor são nossos amos.
As lembranças antigas dos encantos,
de outrora memoráveis bons momentos,
capaz de despertar bons fundamentos,
sutil transformação de água em vinho,
milagre que desfaz esse eu sozinho,
nosso renascimento, esse o caminho.