SONETO EM DESCOMPASSO



Deixa q'eu chore esse amor eternamente!
- Em angústia, em mágoas, em desencanto -
E à cor mais extrema do meu pranto
Mostre-se minh'alma... - Descontente -

Deixa q'eu o chore... Indolentemente
- Q'eu siga a procurá-lo pelos cantos -
Q'eu sepulte em mim todo o encanto
Que outrora vivi... - Feliz, Contente -

Deixa chorá-lo... deixa... - Eu peço!
Maldizendo ao peito teu não-regresso
E a ti não importasse meu padecer,

E busque a cada copo a presença tua
 Bêbado, inconsequente, a cair pelas ruas
Embriagado de amor... Amor por você!

                                         Puetalóide



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ACERTANDO O PASSO


Deixe que eu fale de meus desalentos,
Das dores de amor paulatinamente...
Destas desilusões intermitentes,
E de meus pesadelos e tormentos.

Minh'alma também chora sem contento,
Pois ainda sofre repetidamente...
Por ter um coração inconsequente,
Quão rebelde é, eu bem sei, e lamento.

Prefiro não maldizer, a Deus eu peço,
Que não me conceda um retrocesso,
Que não me permita jamais, padecer,

Quero acertar meu passo, me despeço,
Vou refazer agora esse processo,
Um rio de luz eu quero merecer.

                                Adria Comparini