SONETO A AUGUSTO DOS ANJOS

Não escarro na boca que me beija

nem apedrejo a mão que me afaga,

pois que não é doída a minha chaga

tampouco a sorte me apedreja.

Vês!... Nunca acendi sequer um cigarro

nessa minha vida de vãs quimeras,

pois aqui na goela me desespera

o muco que provoca o pigarro.

Porque, então, um fósforo me darias

se sabes qu'eu não me entregaria

aos fétidos prazeres do cigarro?

E mesmo que me seja confortável

posar de garanhão abominável,

na boca que me beija não escarro.