IMPOSSÍVEL
Eu quisera voltar, voltar outrora,
quando da vida ainda ensaiava os passos,
revivendo a doçura de uma aurora
infantil, já perdida nos espaços.
No suave aconchego dos regaços,
não calarei a minha voz que chora,
nem mais terei nos dias meus os braços,
que me embalaram, docemente, outrora.
Eu quisera voltar e a minha vida
recomeçar, dos erros redimida,
longe da dor amarga dessa hora.
Mas, só, além do meu presente impuro,
existirão as trevas do futuro,
e mais saudades do que fui outrora.