RETORNO
Sentado ali na beira do caminho
Esperando passar a minha sorte,
Um deus perverso não me deu suporte...
Foi se chegando bem devagarinho,
Tirou do alforje um velho pergaminho
E leu, com a voz num tom, ainda forte:
-Tua idade urge, e o tempo é o transporte.
Foi o que disse o perverso deus mesquinho!
Sua mensagem cifrada fez surgir
Toda a linha do tempo, e, minha urgência
Sempre soube não ter equivalência!
Ao dobrar, pois, a esquina do existir,
A senda afunilada nos faz só,
Este é o caminho de retorno ao pó!
Zé Salvador.