O JEITO CRUEL DE ELA AGIR

Ela sempre chega sorrateira e silenciosa.

Bem assim nos alcança com longos braços frios.

Sem rancores ou alegrias, a portar uma rosa,

negra flor que desabrocha em negros rios.

Rios a deslizarem volumosos e salgados,

amargos das lágrimas dos que ficam sós,

trazem momentos de tantos desesperados;

insanas águas que afrouxam...desatam nós.

Por esses rios se achega decidida;

rosa na mão esquerda; na direita o açoite.

Zune o castigo; rasga úmida ferida,

no peito dos desvalidos, na longa noite.

A solidão a plantar sua flor n'alma distraída,

lenta, mata. Fosse antes,pela fria foice.

Marisa Silveira Bicudo
Enviado por Marisa Silveira Bicudo em 16/11/2013
Reeditado em 03/05/2014
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