Ultimato

Ultimato

(Soneto)

Só quero ouvir os Poetas a falar!

E não os corrompidos e confusos,

Com litanias e juízos sempre obtusos,

Querendo-me a certeza aniquilar!

Só quero ouvir os sábios a amainar…

O meu desassossego tão difuso;

E o seu bel decantar sempre profuso,

Que a intricada celeuma faz pausar!

Só quero emudecer este coral,

Que tantas vezes canta em proeminência,

Deixando-me letárgico e descrente!

Senão, transmutar-me-ei num marginal…

Perderei de meu corpo a congruência,

E dele não serei mais residente!

André Rodrigues 14/11/2013

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 16/11/2013
Código do texto: T4573363
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