SOU INDIFERENTE AO MUNDO
Se eu morrer hoje ou amanhã já tanto
Faz, se eu morrer depois vai dar ao mesmo,
O mundo nunca pára e corre a esmo
E não se importa nada e nem tem pranto.
E sou indiferente em cada canto
Alegre ou triste e em tela tinta a resmo
E do seu jeito sempre eterno e lesmo
O tempo soberano augura o espanto...
Como não faço falta à primavera,
Pois ela sempre volta no devido
Tempo, que o mundo mais lhe mantivera.
O que vier virá, e quando ouvido
For será tão somente o que assim é,
E eu queira ou não o mundo bate o pé!
Angelo Augusto