SOU INDIFERENTE AO MUNDO

Se eu morrer hoje ou amanhã já tanto

Faz, se eu morrer depois vai dar ao mesmo,

O mundo nunca pára e corre a esmo

E não se importa nada e nem tem pranto.

E sou indiferente em cada canto

Alegre ou triste e em tela tinta a resmo

E do seu jeito sempre eterno e lesmo

O tempo soberano augura o espanto...

Como não faço falta à primavera,

Pois ela sempre volta no devido

Tempo, que o mundo mais lhe mantivera.

O que vier virá, e quando ouvido

For será tão somente o que assim é,

E eu queira ou não o mundo bate o pé!

Angelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 16/11/2013
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