O Ilusionista (A C.R.)
O Ilusionista (A C.R.)
(Soneto)
Ó desafortunada rapariga!
Que definhas à meses na mentira,
Enquanto um aldrabão te toca lira,
E te interpreta idóneo uma cantiga:
Não sentes tu, que te enche ele a barriga,
Com a invenção enquanto o alheio mira?
Que agora ele acarinha outra safira,
Deixando-te em desnorte qual mendiga?
Não acredites mais no ilusionista,
Nem no dom do eloquente vigarista…
Tira a venda do olhar do coração!
Será dos teus proventos um chupista,
Dos sentimentos teus sempre um trocista,
Senão o erradicares da ilusão!
André Rodrigues 12/11/2013