Vencendo o prazo.

O meu prazo tenta as pazes com o futuro,

o presente não opina, só disfarça

a retina, pra não ver diz que embaça

e para me esconder: O velho muro

que teci num momento bem mais forte

com a sorte se mostrando mais bonita.

Lembro os versos adornando a escrita,

mas a inerte sensação tira-me o porte.

E nas frações dos dias o meu todo

meus passos pisoteiam esse lodo

pra que, com o tempo, eu vença a porfia.

Saudades e cicatrizes são lembranças

não houvesse a poesia em minhas andanças,

nem quero imaginar o que seria!

Josérobertopalácio

Com certeza imaginar o que seria,

nossa vida, nossos dias, tão incertos;

tão repletos de vazios e desertos

sem a graça e a leveza da poesia,

não podemos e de menos, seus encantos.

Sem sorrisos. E o sol, sempre a brilhar

iluminava o nosso olhar, a denunciar

só martírio e o amargo dos quebrantos.

No entanto, tal magia abre a cortina...

Bom veneno, anestesia a nossa dor...

Nos permite achar o vento propulsor...

Oxalá, graça divina, nos anima...

Nos protege, rege os passos na euforia.

Nos dá colo e amamenta... É sacra-via!

Ana Gazzaneo

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 15/11/2013
Reeditado em 10/04/2020
Código do texto: T4571606
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