DESPE-TE

DESPE-TE

Silva Filho

Despe-te de vez (que seja logo)

Lançando fora tantas coberturas

Tecidas com os fios d’amarguras

Mas que seja logo, eu te rogo!

Despe-te do passado, dos receios.

De tudo aquilo que já não importa

Duma história que se encontra morta

Mas ficou a brincar de devaneios.

Despe-te dessas vestes frias

Para aquecer-te no meu corpo quente

Muito mais quente que nas poesias!

Quando estiveres no abraço ardente

É muito natural que tu sorrias

Zombando de um passado aparente!