Casa Sem Telhado
Haviam sim paredes de lembranças tantas
Sorrisos e conversas de ágata quantas
As estórias sem fim na branca colina
Nos jarros as flores com água cristalina.
Haviam sonhos e perfumes do futuro
Realização surreal hoje configura
As alegrias nas paisagens verdejantes
Num céu sem fim de estrelas vicejantes.
Nas janelas o canto das folhas com vento
A chuva riscando no verniz da porta o alento
Na sala sombras do abajur lembrando jasmim.
A fé incrustada no coração parecia uma lua
Iluminava o passeio noturno da saudade na rua
A casa sem telhado recorda o céu voando assim.