AZARES
Já do amor não me tira o que não tenho,
Da esperança não mais existe nada
E somente me resta a desgraçada
Alma, de tantos males que mantenho.
Já desgostoso e tão perdido ao lenho,
Não me ficou na estrada desejada
O amor da minha triste madrugada,
Que mais no coração já me sustenho.
Já posto sangue na ferida ardente,
De súplica pecada aos meus pesares
Que me cercam assim eternamente...
Que sempre posso ter novos azares,
Mas eu já tenho velhos que me chegam
E que ao inferno já tanto me entregam.
Ângelo Augusto