Narcotizada
Abandona o embrião vil a carcomer
Os que padecem dessa tal loucura
De dores tétricas no sangue a comer
As próprias vísceras na sepultura.
Hades socorre o que não sara e atura
Ódio, dúvida e um mau na nau a premer
As torrentes escuras na dor da sutura
No mar do esquecimento lento a fremer.
Sina na morte a mão de Hera a tua deusa
Silenciosa dona nos males esfria
No sofrer deletério a luz mais fria.
De Nêmeses a ira na mira sombria
Um clamoroso penar n’alma sentia
Na eterna noite do açoite a estranheza.