Voto popular
No Direito Romano vem gravado
de forma insofismável e direta
que tudo aquilo que a todos afeta
precisa ser por todos aprovado.
Mas a farsa do voto popular
nos é servida como panacéia,
e é só disfarce da mesquinha idéia
de trocar tudo sem nada mudar.
Se a estrutura de poder persiste
em cega obediência ao capital,
o nosso direito único consiste
escolher, entre tantos, um igual.
É preciso acusar de dedo em riste
e levar a mentira ao tribunal.
(Inspirado na leitura de A Mosca Azul, reflexões sobre o poder, de Frei Betto, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2006; págs. 162/168 e publicado originalmente em agosto de 2013 no www.algoaadizer.com.br)