SONETO DA NOITE PLUVIOSA
Em haustos desta noite pluviosa,
meu coração se queda num suspiro
por sua ausência, uma ânsia penosa
faz que o vazio preencha o meu retiro.
Num céu ermo, numa massa brumosa,
ao pélago silente, no qual respiro,
me arrasta uma força silenciosa
que nessa noite no sonho difiro.
De novo vejo a chuva na janela,
no escuro vejo umas poças no chão
vibrando com pingos que caem dela.
Fico a imaginar esta minha visão:
como vibram as poças da procela,
assim vibra por ti meu coração.
(YEHORAM)