O FIO DO PENSAMENTO - sonetos duplos -

Vou lhes falar nessa parelha -/- Como o dente da cremalheira

Do pensamento uma fagulha -/- É como fios da mesma malha

Há tanta coisa que borbulha -/- A cada traço que se entalha

Meu universo, uma centelha -/- Sempre correndo a sua fileira

Sussurrando ao pé da orelha -/- Ao pensar, não se embaralha

Sigo, costurando sem agulha -/- Vou tecendo a minha esteira

Cada imagem que se entulha -/- Como a rede de uma peneira

A cada ideia, mais uma telha -/- Não vai haver nenhuma falha

Se pensar, não se aconselha -/- Para esta mente, conselheira

A não montar nesta cernelha -/- Não cortar com esta navalha

Do imaginário que me orgulha -/- Não posso criar nova batalha

E na visão que não embrulha -/- Ao descer o fio da cordilheira

Ouvindo os sons dessa bulha -/- Na corredeira qual se espalha

Como meu sangue avermelha -/- A Não correr na mesma calha

Valdívio Correia Junior, 07/11/2013

Caros leitores, mais uma vez, aqui lhes apresento os sonetos

duplos, que são dois textos distintos mas, podem ser lidos

como único texto que ainda assim estarão no mesmo contexto,

no mesmo mote. Vale observar a forma (estética) a sonoridade

e as terminações semelhantes dentro da proposta das rimas.

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 07/11/2013
Reeditado em 11/01/2014
Código do texto: T4560248
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