O MEU CONTENTAMENTO DESCONTENTE
O meu contentamento descontente,
Que pelas madrugadas choro e rio,
O amor e o desamor que mais enfio
E assim será que posso ser contente?
Numa alucinação da minha mente,
Que já de alucinado sou do frio
Alado às noites longas que resfrio,
Como de um solitário eternamente...
Digo de mim quem sou sem ter atritos
Que me possam mudar as grandes mágoas,
Cobertas por caminhos mais restritos!
Digo em resplandecer das minhas águas,
Que são lágrimas feitas duma dor
Maior que o mundo inteiro em todo amor...
Ângelo Augusto