AOS QUE RIEM DE MIM
Tenho pena de mim, e que mais pena
Tenho ainda dos outros ordinários,
Por em palavras vis dos dicionários
Ou que me versam de humilhante cena;
Não terem a visão certa e serena,
Bem como os pensamentos mais sumários
De ideias boas, mas assim otários,
Julgam-se grandes duma voz pequena.
Rogo ao meu Deus que sejam perdoados,
Por não terem assim mentalidade
E serem já uns pobres desgraçados!
Aos tolos que lhes venha mais vaidade,
Não se esqueçam de serem bem mudados
Os neurônios da mona da inverdade.
Ângelo Augusto