CEMITÉRIO DA CRISE
“Dia de finados 2013”
Este dia de brumas dilacerante
Com rostos macerados de espanto
Tem palavras vazias, negro manto
Num espelho de crise angustiante.
Com braços estendidos, voz semblante,
Deserto abandonado em desencanto,
Vão adultos e velhos ao campo santo
Contar as dor´ s da alma lacrimante.
A mesma fala dobra-se ao lamento
De ninguém saber bem a quantas anda
Nesta terra despida de sustento.
Como é gritante esta vil desmanda,
Feroz cavalo que partiu no vento,
Num destinar incerto sem desanda.
Corrupção, injustiça, desemprego,
Cemitério de crise, d´ sassossego,
E cada dia mais e mais tormento!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE