Dois de novembro.
Dois de novembro, dia de finados!
Esse dia há de chegar pra todos nós...
Ciente disso e desatando os meus nós
Já começo analisar os meus pecados.
Os mais fortes deixo camuflados
Não quero saber deles no após
Pois lá não deve haver momento atroz,
Só a paz deve reinar daqueles lados.
A culpa é tua ó tempo! Mal te miro
Já vais do choro até o último suspiro:
Neném, adolescente, maduro e velho
E segues modificando meu espelho
Até o dia em que tudo se encerra...
Aí: Caixão e sete palmos de terra.
JRPalácio
Confesso que esse dia só me incita
A olhar com mais desdém essa bobagem...
Tristeza desse dia até me irrita
Se estamos no planeta de passagem...
Viventes da galáxia se acredita
Que somos muito mais, vamos além...
Então por que chorar quando a desdita
Cortina essa verdade, o céu também?
Por certo uma ilusão nos alimenta
Seguimos o caminho sem pensar
Até que o nada irrompe, rouba o ar...
Verdade então de chofre o chão cimenta
Transforma em pó a crença salutar
Ao pó, o homem, um dia, há voltar...
AnaGazzaneo