LIRISMO

Teus lábios sedentos por um beijo

abriram-se num riso clandestino

e aproximando nossas almas e destino

mostraram quão intenso é o desejo

Então, nós dois trememos, em surdina

o pranto, o canto, o solo, a voz e o hino

enquanto, com encantos de menino

te rias e me punhas pequenina

Dos lábios para as mãos feitas de plumas

passei num vôo calmo e sem mira

tal qual a brisa leve nas colunas

A seta do amor o anjo atira

o canto vibra surdo como brumas

e fere o coração, e toca a lira...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 18/04/2007
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T455089
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