CHEIRO DO INCENSO
CHEIRO DO INCENSO
Silva Filho
Qual perdigueiro cão numa caçada
Fareja o poeta o território
E por mais que pareça não ver nada
Vai além do cenário ilusório!
O seu atalho é caminho provisório
Para não se expor pela estrada
Tem no poema um dever sensório
De abrandar qualquer dor duma topada!
Entre arbustos, entre rochas, nos palheiros
Busca-se algo de valor imenso
Que os versos não encontram nos canteiros!
Busca-se paz de um amor intenso
Sentimentos que se provem verdadeiros,
Que não fiquem só no cheiro do incenso!