NÃO ME VIVE A ESTRELA E A ALEGRIA
Ouvia a voz da razão mesmo sem tê-la,
E se a não tinha mesmo é mão vazia,
De que em nada me deu velha alegria,
Porque a velha alegria não foi bela!
Meu pensamento assim demais fazia
Dum sonho em alta e cintilante estrela,
Que dei por mim a tanto pretendê-la,
Por ela ser da noite e não do dia.
Ora a estrela e alegria não me vive,
Mas que tanto almejei assim poder
Tê-las, dei-me num choro que mantive,
Por não ter a razão de merecer
Um bem de estrela e amor felicidade;
Que me amasse por toda a eternidade.
Ângelo Augusto