Confissões  (54)
Edir Pina de Barros
 
Pois bem! Não há o que fazer, depois de tudo,
apenas o silêncio há de falar por nós,
(perdi qualquer desejo, desde a fonte, foz,
meu coração dormita, está tristonho e mudo).
 
Estou tão desarmada, sem qualquer escudo,
até tentei falar, mas não me veio a voz,
reconheci em ti o meu maior algoz,
por trás de teus carinhos, beijos de veludo.
 
Quebraram-se os encantos, sonhos, fantasias,
restando só vazios dentro d’alma gris,
perdida nos umbrais dos mais tristonhos dias.
 
Pois é! Eu não consigo, não, ser boa atriz!
Falem por mim meus versos, minhas poesias,
o meu viver sem paz e a vida por um triz.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/10/2013
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T4546959
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