REFLEXÃO
Estou cansada de mim mesma!
De olhar sempre o horizonte vazio,
Arrasto-me pela estrada tal qual a lesma,
Deixando marcas viscosas em grande fio
Depreendendo meu pobre clamor.
O tempo chega vomitando minha mágoa,
Espelhando por aí pedacinhos de amor
Para que eu veja com olhos rasos d’água.
Estou cansada de olhar a paisagem
Sacudindo levemente as folhas sem cores!
Olho com desdém num parecer de bobagem
Procuro em volta a beleza já perdida
Junto à saudade, os sonhos e amores...
Todos escondidos dentro do espelho da vida.
DIONÉA FRAGOSO