A COBIÇA

Eu lá no mar andava cobiçoso,

A ver se retirava o tal tesouro

Que me fez perdição de tanto ouro

Das profundezas fui mais presunçoso.´

Mas o céu da vontade fez de touro

Furioso, e não me fiz esperançoso,

Na alma de intuito já não tive o louro,

De não ter ido em tempo glorioso.

Nas águas tão bravias desse mar,

Que estive quase a ser do mel em bico,

Ficou a mágoa do ouro não levar;

Mas já nem tudo é mau nem prejudico,

Pois, por cobiça de poder ganhar,

Lá vi a morte por querer ser rico.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 27/10/2013
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