EM CANTIGAS D'AMOR - Republicação
Na manhã de 27 de outubro de 2012
Ah, com quanta saudade de mim e de ti republico este soneto!
E vens como chegavas, do que fomos,
com a mesma antiga flauta, sempre nova
e a mesma ária antiga, assim viúva,
a nos dizer que nunca morreremos.
Assim se passam os anos e os caminhos
e em cantigas d’amor chamas, ainda,
o tempo que nos coube e nunca finda
exaurido de dor e descaminhos
que tudo é dor e tudo amor de sempre.
Não há mudança em nós que vingar possa
inda que tudo mude e nada alente
a nós dois, mais que lembrança, saudade,
por milagre do Tempo sem Idade
sempre assim, sobrevivendo às Tormentas.
Escrita no início da tarde de 23 de novembro de 2012.