A renovação da espécie

Ventre inflou, comemorando zero ano

Um amor estava gerando um novo ciclo

O agente perpetuador em tom ufano

Rompendo o ovo para um espaço exíguo

Agora genitora, não mais aquela menina

Agora o útero decorou-se em templo

Montava-se uma vida, registrava a sina

Ela já vivida no ventre seguia o exemplo

O mundo registrando se fez um cartório

Estocava a vida, como se estoca empório

A menina dava uma vida para um alguém

Afinal, ninguém nasce para um ninguém

Assim se montam parcerias e novas crias

E o censo, a cada dia, renova-se à revelia

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 26/10/2013
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