A renovação da espécie
Ventre inflou, comemorando zero ano
Um amor estava gerando um novo ciclo
O agente perpetuador em tom ufano
Rompendo o ovo para um espaço exíguo
Agora genitora, não mais aquela menina
Agora o útero decorou-se em templo
Montava-se uma vida, registrava a sina
Ela já vivida no ventre seguia o exemplo
O mundo registrando se fez um cartório
Estocava a vida, como se estoca empório
A menina dava uma vida para um alguém
Afinal, ninguém nasce para um ninguém
Assim se montam parcerias e novas crias
E o censo, a cada dia, renova-se à revelia