VÉNUS E O BACO

De olhar nefasto e cristalina pele,

A Vénus conduzia o louco Baco,

Que lá na hora fumava o vil tabaco

E em vinho atordoava os lábios dele.

E em seu rosto alegria feita em caco,

E em covil sedutor estava ele,

A armar a tempestade num barraco,

Por Vénus nem sequer um bem lhe zele.

Assim de sedutora lhe dizia:

Ó meu querido amor eterno e forte,

Já mataste os meus lusos lá do norte?

Ele assim respondeu de hipocrisia:

Ó minha cabra dos confins dos mares,

Vai pro caralho e pára de gozares!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 26/10/2013
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