PERGUNTAS

Pergunta-me o eterno duende:
por que eu haveria de ser feliz?
Respondo: pelo que já fiz.
Ele cala, ele não compreende.

Pergunta-me a improvável fada:
por que eu haveria de ser triste?
Reflito: sei bem que não existe
cura para uma alma abandonada.

Pergunta-me a vida, num repente:
por que eu haveria de ser amado?
Penso, talvez seja este o presente

que em nenhum Natal ganhei.
O presente há tanto esperado!
O presente que afinal me dei.