O CONDENADO
Em erros de cobiça o meu pecado
Desesperadamente escravizou
E os mesmos a minha alma eternizou,
Como sendo de um mártir obcecado...
No fruto assim ardente e desejado,
Fiz promessa de amor que se acabou
Lá no inferno nefasto, e que matou
Tudo aquilo que lá fui condenado!
E tudo lá passei de descontente
Figura e amargurado da tortura,
No vil inferno em fogo transcendente;
Que mesmo de verdade não há cura,
A não ser que, por mim forçosamente
Haja um milagre em minha sepultura!
Ângelo Augusto