“À ALJUBE”

Com um lençol de flores cobrindo,

No castiçal, uma langue luz sombria,

O sono eterno, pálido, dormia.

Para o pó, o pó como veio, indo.

As carpideiras lamuriantes, carpindo,

A fumaça das velas como incenso,

Muita lagrima pra pouco lenço.

No oratório em oração todos pedindo:

Um bom lugar, Deus, para o defunto

Na mansão celestial contigo junto,

A iniquidade dele, Senhor, remindo...

Sai o cortejo, uma multidão levando

Com voz lamentosa, todos chorando

E eu no caixão, de todos sorrindo.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 25/10/2013
Reeditado em 25/10/2013
Código do texto: T4541517
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