O VENTO E EU

Vento, zéfiro vento, o que procuras?

Se no romper da aurora, no albor

Os ramos beijas, beijas uma flor,

Sem dizer nada falas de ternura,

Sem dizer nada ensina-nos a amar,

E vais no teu caminho sem razão,

Não tens alma, não tens um coração,

Não tens partida e nem aonde chegar...

De algumas flores levas o perfume

E o entregas ao poeta sonhador,

Em outras tu repetes o costume:

Assopras os quintais onde há calor...

Não causas nem inveja nem ciúmes,

Apenas me provocas o amor...

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 24/10/2013
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