O VENTO E EU
Vento, zéfiro vento, o que procuras?
Se no romper da aurora, no albor
Os ramos beijas, beijas uma flor,
Sem dizer nada falas de ternura,
Sem dizer nada ensina-nos a amar,
E vais no teu caminho sem razão,
Não tens alma, não tens um coração,
Não tens partida e nem aonde chegar...
De algumas flores levas o perfume
E o entregas ao poeta sonhador,
Em outras tu repetes o costume:
Assopras os quintais onde há calor...
Não causas nem inveja nem ciúmes,
Apenas me provocas o amor...