O MAU FREGUÊS
A Jorge de Sena
No vil reinado da Velha Senhora,
Num tempo de tristonha ditadura,
Cantavas o teu estro em desventura
Com gente controversa e fingidora.
Ilustre cidadão p´ lo mundo fora
Foste deste país, em conjuntura,
A voz que denunciou a mentidura
Rogada ao pobre povo a toda a hora.
Fizeste finca-pé à prepotência
Revelando os falsários à evidência
E nunca te ficaste por vencido.
No tempo de hoje há outra qualidade:
A de dar evidência à falsidade
Nu´ império de finança estarrecido…
Viesses ao teu país mais uma vez
Serias, por ventura, um mau freguês!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA