Ó Palavra!
Se a gente não se entende eu me calo
Entalo boca e mão e não há talvez
Passam dias e até mês de intervalo
Mas sempre falo: Deixa dessa timidez!
Nem toda vez que quero vens tão forte,
Não das o norte dos ventos lá do sul
Não diz do cinza, do verde, ou do azul,
Não diz dos sonhos, ou nada que conforte.
Como ser forte um errante perdido,
Se em meu sentido não há linhas moldadas?
És tu que fazes minhas letras embaladas,
Vem, ó PALAVRA, fala ao meu ouvido!
Deixa brilhar tua cor que já conheço...
Sem ti, no papel, como padeço.
JRPalácio