SONETO DO MAIOR AMOR
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo".
Vinícius de Moraes
Obs.: Grande Vinícius! Neste Soneto não definiu o gênero.
Uma das suas obras que mais me emocionam.
Inteligentemente deixou à
disposição, tanto do homem quanto da mulher.
Quem nunca se sentiu assim, com o direito de dizer: Eu escreveria isso que Vinícius escreveu, porque numa "coisa" somos iguais:
PURO SENTIMENTO!i!
Geneci Almeida
19/10/13