REVOLTA
- Vinícius de Moraes -

Alma que sofres pavorosamente
A dor de seres privilegiada
Abandona o teu pranto, sê contente
Antes que o horror da solidão te invada.

Deixa que a vida te possua ardente
Ó alma supremamente desgraçada.
Abandona, águia, a inóspita morada,
Vem rastejar no chão como a serpente.

De que te vale o espaço se te cansa?
Quanto mais sobes mais o espaço avança...
Desce ao chão, água audaz, que a noite é fria.

Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste
O mundo é bom, o espaço é muito triste...
Talvez tu possas ser feliz um dia.





A VINÍCIUS

Alma de sentimentos povoada,
Que de pranto se faz tão de repente
E o lirismo do amor n’alma da gente
Vem dos divinos olhos da amada.

Alma oculta na carne desejada
Da mulher de espírito presente,
Dando-se ao homem amado por quem sente
Prazer no corpo e amor n’alma, mais nada.

Ora, onde mora o amor? N’alma ou talvez
Onde a paixão presume a insensatez,
No vão do coração do louco amante.

No corpo a sublimar os doces vícios
N'alma a poetizar como Vinícius
Vivendo o vão momento a todo instante.


- Hermílio -

Ouvir>
-
http://www.youtube.com/watch?v=xJeUAYeSRZs

http://www.youtube.com/watch?v=HzYrCfmD1Io

http://www.youtube.com/watch?v=wSvEAw3QG2g
 
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 19/10/2013
Reeditado em 14/11/2013
Código do texto: T4532652
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