VELHOS VULCÕES
Neste calor que é a fonte efervescente em lava,
Que rodeia minha alma em flocos desta neve,
Que queima um turbilhão de desejos em leve
Tempo, que do alto céu, eu com asas voava.
Minha alma feiticeira e assim demais escrava,
Como que sangra a cor de uma tinta que escreve
Em espaço de louco esquecimento breve,
Que no meu gosto ardente e intenso deslumbrava...
Meu universo agreste e tenebroso e mudo,
Das vastas multidões e formas infinitas,
E outra força mais alta ainda se levanta?
Ao que tanta ignorância em vida, e sobretudo
O que vejo e o que sinto entre as palavras ditas,
São meus velhos vulcões que brotam na garganta!
Ângelo Augusto