Geração Sofá

Mancha podre que caminha no meio da multidão

pelos becos da cidade ou bueiros de plantão

vejo lixo, pelas casas; e pessoas, no bueiro

cada criança vai correndo em direção ao cativeiro

"Pare imbecíl! Defensor de sonhos fúteis...

pare aberração, jovens burros e inúteis...

venha aqui e sente agora, ouça eu com atenção

ou amanhã passarás fome, não terás nenhum tostão”

“Me escute, me obedeça, me preste atenção

sou o deus do teu futuro, sua cabeça e coração

me siga, é uma ordem, sou eu quem fez seu mundo

não faça o que tu gosta, quem faz isso é vagabundo"

"Comida enlatada, mas que porcaria é essa?

vá agora pra cozinha, faça algo que tu presta!

ir pra rua? Ficou louca? Já lavou toda sua louça?

Eu comi e também paguei, agora limpe minha roupa"

Olha lá um garanhão, jogando bola na calçada

As menininhas tão de olho, para o gênio da privada

"Vem pra casa, vagabundo! Que tu pensa, que tu faz!?

Vá pro quarto, pra lição, me deixe quieto e em paz"

Meu deus, mas que agonia, me inferniza o paraíso

toda essa falação, a hipocrisia e seu juízo

vou pra rua agora mesmo, lá é onde há minha vida

não se preocupe mais meu pai, antes de ir pago minha dívida

Se dinheiro é o problema, queimar tudo é a solução

ser feliz ou milionário, prefiro é ir sem um tostão

alegre e satisfeito, vou pra rua ou pra minha casa

vou viver alegremente, ou minha vida inteira passa

Aleph Maia
Enviado por Aleph Maia em 19/10/2013
Código do texto: T4532521
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