NUM DIA DE INFERNO

Num dia, por demais aborrecido,

Minha alma repousava assim descrente

E a pensar que já fui um dia crente,

Que mal é que terá acontecido?

Eu via a vida negra num tecido

E numa teia em dor mais surpreendente,

Que não sabia mais ser sorridente,

Ao beber o veneno apetecido...

A minha sede de tamanha morte,

Em que já respirava a vil vingança

Do mal que me calhava em fraca sorte!

E a noite já sem brilho de esperança,

Assim como eu de sangue pouco forte,

Sentia o inferno dessa insegurança.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 18/10/2013
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