Efémera Chama
Efémera Chama
(Soneto Heróico)
Equilibra-se a chama, num pavio
Firmado e subjugado à densa cêra…
Que a deixa assim viver nobre quimera!
Dançando ali fogosa em negro fio,
Esconjura do quarto o mau bafio.
E para o perfumar muito se esmera,
Com laivos e fragrância a Primavera,
Antes de começar num rodopio.
Tenaz, mantém-se firme a toda a aragem,
Que tenta derrubar a sua imagem,
Enquanto vai queimando com paixão!
Garrida, airosa, efémera é a passagem
Da chama, ao palmilhar sua viagem,
Enquanto não sucumbe em apagão!
André Rodrigues 18/10/2013