FASE
Ando meio sem graça e sem juízo,
perdido no mar de tanta luxúria;
feito um filho falsário, um espúria,
a ouvir sempre esses falsos guizos:
setas incertas a apontar paraísos!
E, em mim mesmo, há tanta penúria,
que me perco em meio a essa injúria,
por ser contrário ao meu tímido riso!
Ando torto, nesse caminho errôneo,
amando a noite, berço dos meus sonhos,
vivendo a esmo, meu caminhar sonâmbulo...
Espero, um dia, renascer com a aurora,
usufruir também das claras horas,
e, deixar pra sempre, de ser noctâmbulo!