FASE

Ando meio sem graça e sem juízo,

perdido no mar de tanta luxúria;

feito um filho falsário, um espúria,

a ouvir sempre esses falsos guizos:

setas incertas a apontar paraísos!

E, em mim mesmo, há tanta penúria,

que me perco em meio a essa injúria,

por ser contrário ao meu tímido riso!

Ando torto, nesse caminho errôneo,

amando a noite, berço dos meus sonhos,

vivendo a esmo, meu caminhar sonâmbulo...

Espero, um dia, renascer com a aurora,

usufruir também das claras horas,

e, deixar pra sempre, de ser noctâmbulo!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 17/10/2013
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