BOLHAS DE SABÃO


O amor, este sentimento lindo que tanto exalço,
Que por vezes brota em mim e me rasga o peito,
Mesmo que nunca, jamais, tenha ido em seu encalço
E se me mostra cada vez, sempre, infinito e perfeito.

Como púbere colegial apaixonado a ele me entrego,
Perfeitas imperfeições de cada dia, de cada momento,
Nesta mais íntima pugna comigo mesmo me refrego
E me confio por inteiro, repleto de puro sentimento.

E o vejo nascer dentro de mim, célere e incontido,
Crescente a cada instante, puro amor sem razão
Sobrepujando os outros que me tenham sofrido.

Vejo-o iridescente se extinguir como bolha de sabão,
E para meu desespero, para minha eterna agonia,
Vejo-o partir ao léu, inconstante, levado pela ventania.

 
LHMignone
Enviado por LHMignone em 17/10/2013
Reeditado em 26/05/2014
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