Centésimo Soneto... Luvas de letras
A escrita é a arte que o sentir movimenta
O magma da alma é a alforria que sustenta
No dia ou noite a pulsante poesia desvenda
A lágrima é estrela iluminada da oferenda.
Olhei água transmutada em oásis no pranto
No lago fui deusa livre na estrofe do acalanto.
Na emoção sentida uma passageira da fortuna
No afago do universo, senti o presságio das runas.
Andei no silencio e na areia fina do deserto
Luvas de letras vesti com alma em evolução
Escondi um soluço, o mito na paz do coração.
Foi franca a paixão ao verbo meu amuleto
Verteu a palavra no meu centésimo soneto
No movimento do éter o meu verso liberto.